quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

CRÔNICA DE UM AMANTE QUE NÃO SABE DIZER EU TE AMO

Da ânsia de dizer de um modo original “eu te amo” nasceu timidamente o sentimento que agora sem nome eu carrego em mim. Não digo que seja amor, amizade talvez, desejo carnal puro, outra possibilidade. Lendo um conto do Guimarães Rosa, tocou-me um trecho que me inspirou profundamente: dizia ele em sua poesia majestosa que a rua, à noite alta, era banhada pela luz da lua a pratear o céu, enquanto um cachorro repetia, longe e com preguiça, em um latido vagabundo, um nome que não se podia identificar, como o sentimento que tenho agora. E tudo o mais, homens, mulheres, sonhos e amores, perdiam-se nas entranhas de uma vida apenas rascunhada na esperança do mundo.
Rascunho, silhueta, vislumbre, traços timidamente dispostos em vidas perdidas, destroçadas por desilusões e sonhos frustrados...Não vou fugir da simples estrutura que essa frase, eu te amo, contém: eu, antes, para sempre e desesperadamente tu...

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