quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

ENTRE UM FILÓSOFO E UM POETA, FIQUE COM ÚLTIMO!

quando penso no todo,
como um elemento totalizante,
que interfere na análise e compreensão
das partes que o compõem,
e, dessa forma, admitindo-as como são,
aceitando-as como se me apresentam,
ao final modifico minha compreensão do todo,
já que o exercício de interpretar a realidade
pela idéia geral que diz ser o real somente aquilo
que minha razão apreende e argüi,
tanto quanto o seu contrário, a falta de elementos racionais,
levam-me a concluir que a realidade está além
de qualquer compreensão,
dada que está em um movimento constante,
a cada fração de tempo sendo o que não era,
ou voltando a ser o que jamais tivera sido.
então, cercando-me de uma ilusória percepção,
admito que o mundo racional advoga uma análise
à parte daquilo que realmente em nosso espírito chega,
pois é impossível penetrar os objetos em sua natureza íntima,
para diagnosticar o que realmente são,
e visto que o que é inanimado nada comunica,
o que é irracional nenhuma resposta segura fornece,
o que está além de qualquer sentido
jamais chegará a ser alguma coisa,
e do nada nada se pode dizer,
admito que a única esperança para esse mundo
em que a ausência de sentido é o algoz das almas sensíveis,
são os poetas, mais que os filósofos,
pois estes tratam de explicar o que a razão não compreende,
ao passo que aqueles nomeiam e delimitam com segurança
toda a realidade apreendida pelos corações humanos,
cuja fonte de explicações excede
em altura, largura e profundidade qualquer tentativa
racional de dizer o que aflige a natureza humana.
portanto, viva os poetas!!!

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